É comum que haja uma confusão entre o que são impostos, taxas e contribuições, já que todos são valores cobrados por entes públicos. De forma resumida, a diferença é que as taxas são valores fixos, os impostos são calculados a partir de uma porcentagem, e as contribuições são valores destinados para um fim específico.
Confira alguns exemplos: As taxas de coleta de lixo e iluminação possuem valor fixo e uma destinação determinada. O IPTU e o IPVA são impostos cobrados de acordo com o valor do patrimônio. Já as contribuições têm uma finalidade específica para resolver uma situação, como uma obra pública.
O que são tributos?
O conceito de tributo aparece no artigo 3º do Código Tributário Nacional. Dessa forma, existe a seguinte definição: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Assim, pode-se dizer que o que são tributos consistem em pagamentos obrigatórios. Também estão previstos na lei. E o governo os cobra tanto das empresas quanto dos indivíduos. Portanto, existem diferentes modalidades e cada um deve ser pago de acordo com a situação.
Há diferentes tipos de tributos. São eles as taxas, os impostos, as contribuições de melhoria, as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios. É importante saber ainda que eles devem ser pagos em dinheiro.
Por que conhecer os tipos de tributos é importante para uma empresa?
Para conduzir um negócio de maneira eficaz, é preciso entender os tipos de tributo e ter um bom planejamento orçamentário e tributário para evitar multas e impostos indevidos e manter a empresa de acordo com os parâmetros da lei.
Além disso, esse conhecimento irá possibilitar uma melhor gestão tributária, facilitando a precificação dos seus produtos, além de conseguir prever o calendário tributário que sua empresa terá e os seus benefícios fiscais.
É bem comum ouvir entre os inadimplentes justificativas como “Eu não sabia que precisava pagar” ou “Eu não acho justo o pagamento desse imposto”. Por isso, é importante entender cada um deles e quais são suas destinações.
O não pagamento de tributos pode trazer consequências negativas para uma empresa, como dificuldade em obtenção de crédito, bloqueio de bens, desenquadramento tributário, impedimento de participação em concorrências públicas e gastos com pagamentos de multas e juros.
Tipos de Impostos
Os impostos são tributos obrigatórios cobrados pelo Estado que incidem sobre a renda, o consumo e o patrimônio, com o objetivo de custear despesas administrativas. Eles podem ser de caráter federal, estadual e municipal, e estão entre as principais formas de arrecadação do governo.
Os contribuintes não podem escolher pagar ou não os impostos, pois eles são obrigatórios e incidem sobre determinados produtos ou serviços, como o uso de um automóvel, que exige o pagamento do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores).
O valor arrecadado desses impostos serve para a manutenção da máquina pública e das necessidades básicas dos brasileiros, como a geração de empregos, a mobilidade e o transporte público, a infraestrutura, a segurança, a saúde e a educação.
Federais
Os impostos federais são destinados à União, e são responsabilidade desta. Os mais conhecidos pela população e pelas empresas são IOF, IPI, IRPF, IRPJ, Cofins, PIS/Pasep, INSS e CSLL.
A maior parte da arrecadação de impostos no país vai para o Governo Federal, representando cerca de 60% do total arrecadado.
Estaduais
Os impostos estaduais são recolhidos pelo governo de cada estado da federação, e o objetivo deles é arcar com custos que se referem aos gastos do estado para a manutenção da máquina pública.
Esses correspondem a cerca de 28% dos impostos arrecadados no país, e os mais conhecidos são o IPVA e o ICMS.
Municipais
Os impostos municipais são aqueles destinados e geridos pelo município; os mais conhecidos são IPTU, ITBI e ISS. A arrecadação de impostos do município representa cerca de 5,5% do que é recolhido no país.
Tipos de Taxas
Taxas são valores cobrados quando um órgão público presta algum serviço, como emissão de documentos, fiscalização, iluminação pública etc. Quando paga-se uma taxa, o pagador sabe exatamente qual o destino e o propósito do pagamento da determinada quantia.
Entenda com mais detalhes quais os tipos de taxa que o governo costuma cobrar.
Taxas de fiscalização
As taxas de fiscalização costumam ser pagas às prefeituras pelo serviço de atividades referentes à fiscalização, vigilância e controle. A mais conhecida delas é a TFE (Taxa de Fiscalização de Estabelecimento), paga pelas empresas que recebem esse serviço de vistoria.
Essa taxa precisa ser paga de forma anual e o contribuinte deve verificar com a prefeitura da cidade qual o valor e como realizar o pagamento. Atualmente, a maioria das prefeituras já possui um portal online para consulta e pagamento de taxas e encargos.
Taxas de serviços
As taxas de serviço existem para financiar gastos com serviços públicos prestados à população, como taxa de saneamento, iluminação pública ou emissão de documento.
O contribuinte não tem a opção de não pagar essas taxas, porém, elas só poderão ser cobradas caso o cidadão realmente usufrua. Por exemplo, a prefeitura não pode cobrar taxa por saneamento em um local onde não há saneamento básico.
Tipos de Contribuições
As contribuições são tributos pagos para financiar a solução de demandas e problemas específicos, como uma contribuição sindical. Elas podem ser divididas em dois tipos, as contribuições de melhorias e as contribuições parafiscais.
Uma característica presente nas contribuições é que elas costumam possuir uma destinação específica, assim, o contribuinte sabe de forma mais clara para onde o valor que está sendo arrecadado será destinado.
Contribuições de melhorias
As contribuições de melhoria são tributos que podem ser cobrados pelo governo pela realização de um obra pública ou pela valorização imobiliária consequente de uma obra do Estado. O objetivo principal delas é custear uma obra pública.
Os pagantes desse tributo são os proprietários dos imóveis beneficiados pela valorização imobiliária decorrente da obra governamental.
Alguns grupos, como associações, sindicatos, organizações beneficentes e proprietários de um único imóvel com baixa renda, podem ficar isentos do pagamento do tributo.
Contribuições parafiscais
As contribuições parafiscais são valores recolhidos para o custeio de atividades paraestatais, isso quer dizer, atividades realizadas por empresas privadas, mas com interesse público, como as atividades realizadas pelo Senac, Sesi e Senai.
Esses tributos são arrecadados pela Receita Federal e descontados na folha de pagamento das empresas.
Contribuições especiais
As contribuições especiais são criadas, exclusivamente, pelo Governo Federal e, diferentemente das demais, possuem uma destinação específica. As mais conhecidas são o PIS (Programa de Integração Social) e o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), pois foram originadas por meio de leis complementares.
O objetivo dessa contribuição não é a arrecadação fiscal, mas a realização de uma intervenção econômica para onde o valor se destina. É importante, ainda, lembrar que elas são instituídas por meio de leis ordinárias, mas podem haver exceções.
Empréstimo compulsório
Prescrito na Constituição Federal, o empréstimo compulsório só pode ser criado pela União utilizando-se de uma lei complementar. Ele tem como objetivo financiar despesas extraordinárias, ou seja, aquelas que estavam fora do planejamento governamental.
Ele também possui uma finalidade específica, mas, diferentemente da maioria das tributações, por se tratar de um empréstimo, espera-se que o Governo restitua o valor aos contribuintes em algum momento.
Fontes: www.pontotel.com.br
www.ibgem.com.br