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    Blog do Empreendedor

Muitas das conquistas que nós alcançamos ao longo do tempo, devemos a diversas mulheres que, muito a frente da sua época, transgrediram regras da sociedade e mostraram que uma mulher pode ser e fazer o que ela quiser.

Cada passo que deram, foi muito importante na busca por liberdade de escolha e direitos iguais.

Hoje temos mulheres brilhando em suas carreiras, fazendo história no Brasil e no mundo, nos garantindo avançar ainda mais, para chegar a tão sonhada equidade de gênero.

1 - Ana Neri (saúde)

Pioneira na enfermagem, Ana Neri ficou conhecida como a “mãe dos brasileiros”.

Com a convocação dos três filhos para a Guerra do Paraguai, Ana Neri se voluntariou como enfermeira para cuidar dos feridos, enquanto a guerra durasse. E com 51 anos foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários.

Apesar da falta de condições, chamou a atenção por seu trabalho nos hospitais por onde passou. Montou sua própria enfermaria-modelo em Assunção, capital do Paraguai.

Findada a guerra foi condecorada com as medalhas de prata Geral e Medalha Humanitária de Primeira Classe. A primeira escola oficial de enfermagem de alto padrão no Brasil recebeu o seu nome, em homenagem à primeira enfermeira do país.

2. Carmem Miranda (rádio e tv)

Carmen Miranda foi uma cantora, atriz e dançarina luso-brasileira. Com fama internacional era chamada de “A Pequena Notável”.

Portuguesa de nascimento e brasileira de criação, foi a primeira mulher a assinar contrato com uma rádio no Brasil. Com seu estilo único e talento para a música e atuação, conquistou outros países, fixou morada nos Estados Unidos e chegou a ser a mulher mais bem paga de Hollywood, além de ser a primeira sul-americana com uma estrela na Calçada da Fama".

3. Chiquinha Gonzaga (música)

Foi a primeira pianista chorona, autora da primeira marcha carnavalesca com letra e primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil.

Pioneira e um dos grandes nomes da música brasileira entre os séculos XIX e XX, Chiquinha teve de enfrentar muito preconceito de sua família e dos maridos, que a proibiam de estudar e trabalhar com música.

Só a partir de 1885 ela conseguiu se destacar e iniciar sua carreira como regente, que ganhou prestígio com a marcha “Ó abre elas”, um grande sucesso, assim como outras que vieram depois.

Como maestrina atuou em 77 peças teatrais, tornando-se responsável por mais de duas mil composições.

4. Cora Coralina (poesia)

É considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras. Ela teve seu primeiro livro publicado em 1965 “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” quando estava com 76 anos, apesar de escrever desde a adolescência. Foi convidada a participar da Semana de Arte Moderna, mas foi impedida por seu marido. Após a morte do mesmo, ela trabalhou vendendo doces e depois livros para sustentar seus filhos.

Com então 70 anos de idade, voltou para sua a cidade natal e decidiu aprender datilografia para escrever suas poesias e entregá-las aos editores.

Ela nunca desistiu de seu sonho e por isso, hoje temos a oportunidade de agraciar seus textos e poesias, uma que gosto muito é:

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir e chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir”.

5.   Fernanda Montenegro (artes cênicas)

Reconhecida como a grande Dama do cinema e da dramaturgia do Brasil, Fernanda Montenegro foi a primeira brasileira a ganhar o Emmy Internacional na categoria de melhor atriz pela atuação em Doce de Mãe (2013) e a primeira mulher eleita para a cadeira de número 17 da Academia Brasileira de Letras, em 2021, se tornando uma "imortal". Também foi a primeira mulher a ser indicada ao Oscar como atriz latino-americana.

Com mais de setenta anos de carreira, dedicados ao cinema e a televisão, e diversas premiações, Fernanda foi condecorada com a maior comenda civil do país, a Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito, pelo reconhecimento ao destacado trabalho nas artes cênicas brasileiras.

6.   Irmã Dulce (social)

Santa Dulce dos Pobres, também conhecida como Irmã Dulce, recebeu influência da família para trabalhar com a comunidade carente e aos 13 anos acolhia em sua casa mendigos e doentes. A casa ficou conhecida como “A Porta de São Francisco” tal a quantidade de pessoas que se aglomeravam ali.

Em 1933 se torna Freira e daí em diante, dedicou sua vida a cuidar das pessoas pobres. Em 1959 foi criada a OSID – Obras Sociais da Irmã Dulce que hoje realiza por ano, mais de dois milhões de procedimentos ambulatoriais, mantêm 954 leitos hospitalares, com três mil funcionários e acolhe mais de 700 crianças e adolescentes no centro educacional.

Por conta de sua vida voltada a cuidar do próximo, Irmã Dulce foi canonizada em 2009, pelo Papa Bento XVI.

7.   Luiza Trajano (negócios)

Luiza Helena Trajano é considerada, na atualidade, a mulher mais influente do Brasil. Uma empresária que inspira por sua trajetória de sucesso á frente dos negócios da família.

Em 2021, entrou para o ranking internacional da publicação O Financial Times como única brasileira na lista de influenciadores do mundo. E também figurou na lista da Times das 100 pessoas mais influentes do mundo. Recentemente recebeu homenagem no Prêmio Personalidade do Ano, pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.

Não faltam títulos e reconhecimentos para esta empresária brasileira que vem rompendo barreiras quando se trata de negócios, cuidado com os funcionários e busca pelo direito das mulheres.

Luiza Helena é fundadora do grupo “Mulheres do Brasil” que hoje tem mais de 100 mil mulheres associadas, em busca da igualdade de oportunidades entre gêneros e raças.

“Empreendedorismo, para mim, é fazer acontecer independente do cenário, das opiniões ou das estatísticas. É ousar, fazer diferente, correr riscos, acreditar no seu ideal e na sua missão” Luiza Helena Trajano.

8.   Maria Quitéria (exército)

A primeira mulher militar do Brasil nasceu em 1792 e é uma das muitas mulheres que viveu à frente de seu tempo.

Quando criança não frequentou a escola. Adorava caçar. Mas aos dez anos ficou órfã de mãe e precisou assumir a casa e o cuidado de seus dois irmãos. Aos 30 anos deixou a casa do pai para viver seu sonho.

Ela queria defender a independência proclamada em 7 de setembro de 1822. Com a ajuda de sua irmã que lhe emprestou as roupas do marido, alistou-se no Regimento de Artilharia, com o nome de seu cunhado, José Cordeiro de Medeiros. Após ser descoberta, foi transferida, a pedido do pai para a infantaria. Afinal, um fuzil era mais apropriado para uma mulher do que um canhão.

Ao adotar seu nome verdadeiro, Maria Quitéria acrescentou uma saia ao seu uniforme e participou de vários combates, entre eles a defesa da Ilha da Maré, da Barra do Paraguaçu, da Pituba e de Itapuã.

Considerada a heroína da Independência, a baiana que fingiu ser homem para poder entrar nas Forças Armadas foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul.

9.   Maria da Penha (ativista)

Maria da Penha transformou seu sofrimento em luta e deu voz a tantas outras mulheres que sofrem com a violência doméstica.

Ela se tornou símbolo da luta pelo fim da violência contra a mulher, após ser vítima de uma tentativa de feminicídio e buscar, na Justiça, que seu ex-marido pagasse pelo que fez.

Farmacêutica, mãe de três filhos, hoje é líder de movimentos em defesa dos direitos das mulheres e sua história motivou a criação da lei com seu nome, em 2006.

Em 1994 lançou o livro “Sobrevivi…Posso Contar” que dá detalhes dos dias de angústia que viveu.

“Esse livro eu considero a carta de alforria das mulheres brasileiras”, comentou Maria da Penha.

10. Marta Silva (esporte)

Marta é a maior artilheira da história das Copas do Mundo.

Com carreira brilhante no futebol, esporte até pouco tempo considerado masculino, Marta foi por seis vezes a melhor jogadora do mundo e se tornou uma das principais vozes na busca pela igualdade de salários entre mulheres e homens no esporte.

Como maior artilheira da Seleção Brasileira (masculina e feminina) com o recorde de 117 gols, superou Pelé que tem 95 gols com a camisa da seleção.

E a única atleta no mundo, até hoje, a marcar gols em cinco edições diferentes de torneio.

11. Nise da Silveira (ciência)

Nise Magalhães da Silveira revolucionou o tratamento mental no Brasil. Sua bandeira primava pelo combate à técnicas agressivas no tratamento de pessoas com doenças mentais. No lugar desses métodos ela utilizava um tratamento baseado na arte. Reinventou o próprio departamento de terapia ocupacional que deu espaço a ateliês de pintura e modelagem.

Ela acreditava que a arte servia para que os doentes conseguissem ressignificar suas conexões com a realidade e defendia que isso era possível por meio de suas expressões criativas e simbólicas.

Nise foi pioneira e extremamente importante na terapia ocupacional, seus trabalhos influenciaram significativamente a psiquiatria e a psicologia.

 12. Tarsila do Amaral (artes)

Tarsila de Aguiar do Amaral é considerada uma das principais artistas modernistas latino-americanas. Como pintora foi a que melhor alcançou as aspirações brasileiras de expressão nacionalista em suas obras.

‘Encontrei em Minas as cores que adorava em criança. Ensinaram-me depois que eram feias e caipiras. Mas depois vinguei-me da opressão, passando-as para as minhas telas: o azul puríssimo, rosa violáceo, amarelo vivo, verde cantante, …’, disse Tarsila.

Tarsila foi um dos destaques da Semana de Arte Moderna que aconteceu em 22, evento que foi considerado um marco do Modernismo no país.

Sempre autêntica, em um jantar em homenagem a Santos Dumont, vestiu-se de vermelho e chocou os presentes com sua elegância. Cor que não era adequada para as mulheres na época.

Ela também dizia que queria ser a pintora do Brasil, e conseguiu.


Fonte: pt.linkedin.com