A Black Friday é o evento mais esperado do ano para muitos consumidores realizarem a compra de produtos desejados. A expectativa por promoções tentadoras começa com anúncios nos meses anteriores do tipo “Prepare-se para megadescontos de até 80%”.
A data do evento é na última sexta-feira de novembro e ocorre no Brasil desde 2010. É um período em que é possível fechar ótimos negócios, mas também cair em golpes criminosos ou distorções de ofertas, prática que ficou conhecida como Black Fraude.
Pesquisas do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo, o Ibevar, mostram que nos primeiros anos do evento no Brasil havia um sentimento de desconfiança dos consumidores, o que foi melhorando ao longo do tempo, ampliando a credibilidade da data. A desconfiança, porém, ainda existe e ela tem algum fundamento.
Em 2020, o próprio Ibevar identificou ofertas de lojistas que aumentaram em até 70% o valor do produto. O estudo analisou 6.500 produtos diferentes em 30 categorias do varejo.
Por isso, para aproveitar o evento e fechar compras vantajosas é preciso estar atento a anúncios enganosos, estratégias de distorções e sites criminosos. O período de alto volume de vendas registra também golpes e ações que descumprem o direito dos consumidores.
Saiba quais são os golpes mais comuns nesta época e previna-se da Black Fraude
1. Tudo pela metade do dobro
A fraude mais comum é praticada por alguns lojistas desleais com os seus consumidores. São aqueles que aumentam os preços na véspera do evento para anunciar descontos mais vantajosos do que realmente são.
O e-commerce vende o item por um valor R$ 150, na véspera ou dias antes aumenta para R$ 200 e na Black Friday anuncia desconto de 50% pelo preço de R$ 105. Na verdade, é um desconto de 30% em relação ao preço original.
Este é um caso comum de má-fé do anunciante. Para não cair neste golpe, faça pesquisa de preços em mais de uma loja e acesse os sites de comparativos de preços como o Zoom, Buscapé e Jácotei antes de fechar negócio.
2. Mudança de preço no carrinho de compras
O período de Black Friday utiliza muito a tática de escassez do tempo. Em outras palavras, os anúncios costumam pressionar o consumidor com relógio de contagem regressiva para terminar o tempo do anúncio ou do estoque de produtos.
São estratégias para despertar o senso de urgência no consumidor. Com pressa para aproveitar a oferta generosa em tempo, o cliente confere se o site é verdadeiro, compara os preços em outros lojistas e se encaminha para o carrinho de compras para aproveitar antes que acabe.
Neste ponto, com o senso de urgência ativado, o consumidor pode cair no golpe do preço original, sem o desconto aplicado. A pressa é tanta que o cliente acaba pagando um valor diferente do anunciado e só percebe depois.
Neste caso, é preciso guardar prints do anúncio original, do carrinho de compra e do comprovante de pagamento para reivindicar os seus direitos como consumidor. Portanto, se o anúncio de senso de urgência for muito agressivo, desconfie! Você pode estar sendo induzido ao erro.
3. Frete mais caro do que o produto anunciado
Outra questão que deve estar no radar dos consumidores é o preço do frete para entrega dos produtos comprados em lojas online.
Há casos em que o preço do produto é realmente vantajoso em relação a sites concorrentes, a loja existe e é conhecida e então o consumidor decide fechar o negócio. Porém, na hora de pagar o valor fica bem acima do anunciado.
Ao verificar a conta final, o preço dos produtos escolhidos está de acordo com o ofertado, mas o frete é abusivo. Os lojistas inserem taxas mais altas para os fretes para compensar os descontos em determinados produtos. Portanto, fique atento para o valor do frete e simule em mais de um site, como o de preços e prazos dos Correios.
4. Prazo de entrega abusivo
O preço está mais baixo do que a média dos concorrentes, o frete é gratuito, você conhece o lojista e é o produto que você deseja comprar. Todos os fatores são favoráveis para você fechar o negócio com alto índice de satisfação. Compra realizada, basta aguardar o pedido chegar. Mas o tempo passa e o produto demora a ser entregue.
É um pequeno detalhe na tela de compra, mas pode mudar completamente o cenário. O site Reclame Aqui registrou aumento de reclamação por atraso ou prazo abusivo de entrega em 2020. No último mês do ano, foram 173.533 reclamações desse tipo, uma consequência da Black Friday de novembro.
Para reduzir o risco de frustração em relação a prazos de entrega, confirme antes de fechar a compra qual o prazo mínimo e o prazo máximo para entrega e veja se você está de acordo.